Gratidão pelo que foi....
Manter as raízes, mas virar as páginas...
E eu me ví assim sem saber o que fazer com tantas recordações!
Hoje guardamos milhares de fotos num arquivo, num CD...
ah! Mas eu sou do tempo que se fazia album... muitos! Sem contar as caixas de fotos... muitas!
Quando mudei "tudo aquilo" continuou na casa que foi da minha vó, da minha mãe, minha... e do meu filho. Até que meu filho mudou, e tive que entrar no túnel do tempo...
Cinco dias dentro daquela casa quase vazia...
Recordei, dei boas risadas, chorei e me desapeguei de coisas que gostava, mas que não cabia mais nos meus dias de hoje...
E alí naquele "quartinho" que me viu despedir da minha adolescência (se é que eu sabia o que era isso), que me viu chorar por grandes amores, que me viu dançar ao som dos 180 discos, que escutou as notas no violão "Pra não dizer que eu não falei das flores"...
Alí, onde as crianças adoravam ficar, porque era um lugar encantado, um subterrâneo cheio de surpresas, diferente de suas casas, de seus quartos que delas mesmo pouco ou nada tinha...
Meu quartinho sempre foi lindo, energético e aconchegante como um coração.
E eu disse adeus!
Quando fechei a porta foi como fechar um livro importante da minha vida. Uma estória de 40 anos!
Confesso que não tive coragem de acabar com as fotos, impossivel isso!
Resolvi então, passar os 20 albuns de aniversário para o seu dono (cada ano era um album, como manda o figurino para um filho unico). Continuo com as 4 caixas de fotos, 20 albuns de viagens e um album de madeira que eu ganhei da minha vó com fotos antigas, até dos meus bisavós (!)...
É... o desapego é uma das práticas mais dificeis da vida!
Eu bem sei que as recordações ficam com a gente e não nas coisas, mas fazer o que...
Um dia eu viro esta página, as folhas não suportarão o tempo, nem eu...
Abraço de Luz!
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