SE VOCÊ ESTÁ TRISTE COM A VIDA,
E SENTE ESTAR ATRAINDO ENERGIA NEGATIVA,
ESSA HISTÓRIA É PRA VOCÊ...IMÃ
MAS SE VOCÊ ESTÁ SEMPRE DE BEM COM A VIDA,
E TRANSMITE À TODOS MUITA LUZ,
ESSA HISTÓRIA TAMBÉM É PRA VOCÊ...FAROL
O IMÃ E O FAROL -por
Mauro Kwitko
Um dia, um
imã e um farol encontraram-se para conversar. Como um imã e um farol foram ao
encontro um do outro, como um deles caminhou até o outro, ou foi de alguma
outra maneira, deixo a cargo da imaginação e da criatividade de quem ler esse
texto. O que sei, é que um dia um imã e um farol encontraram-se para conversar,
e conversaram.
- “Ando me sentindo muito mal.”
- “Por quê, imã?”
-“Não sei bem, na verdade estou sempre me sentindo meio mal,
raro é o dia em que me sinto bem.”
- “Por quê, imã?”
- “Não sei, sou uma pessoa boa, não faço mal pra ninguém,
procuro só fazer o bem, ajudo um monte de gente, trabalho na caridade, mas
estou sempre me sentindo pesado, como se estivesse carregando um peso nos meus
ombros, a minha cabeça pesa, tenho dores, meu estômago dói, meu intestino não
funciona bem, e outras coisas.”
- “Por quê, imã?”
- “Por que você só fica me perguntando “Por quê?”, “Por
quê?”, se eu soubesse não me sentia sempre assim, tem alguma ideia do que pode
ser?”
- “Tenho, mas você não vai escutar ou, se escutar, não vai
concordar e se concordar, não vai praticar.”
- “Mas que negativismo, uma pessoa como você, um farol,
sempre bem, sempre brilhando, irradiando essa luz, essa aura maravilhosa, nunca
pensei que fosse pessimista, negativo.”
- “Não sou pessimista nem negativista, sou realista. Eu sei
por que você está sempre sentindo-se mal, pesado, e posso lhe dizer.”
- “Então diz, estou preparado, ou tem de fazer uma
preparação especial para escutar o conselho de Vossa Majestade?”
- “Sem ironia, imã. Escute: você sabe a diferença entre um
imã e um farol?”
- “Sei, o imã está sempre mal e o farol sempre bem. Mais
alguma coisa, Mr. Luz?”
- “Vou fingir que não escutei. A diferença é simples: o imã
capta as negatividades, as densidades baixas das demais pessoas e do ambiente,
e fica para si, enquanto o farol capta a Luz do Alto e irradia. O imã assimila
as tristezas e as raivas dos outros, o farol endereça a Luz para eles. O imã
sofre pelas dores dos outros, o farol endereça a Luz para eles. Por isso, o imã
está sempre mal e o farol está sempre bem.
- “Quer dizer que ambos sofrem pelos outros, mas o imã capta
e pega pra si e o farol não?”
- “O imã sofre pelos outros e assimila esse sofrimento como
seu. O farol não sofre, ele apenas observa e entende.”
- “Mas o imã faz mais pelos outros do que o farol! O imã
está lá, vai lá, aproxima-se, sente a dor, a tristeza das pessoas, o farol fica
lá, numa boa, sempre num lugar mais elevado, apenas irradiando, clareando,
iluminando, isso não é egoísmo?”
- “Ambos fazem o seu trabalho, apenas o imã nasceu com a
vocação de sofrer pelos outros, e pelo mundo, enquanto que o farol nasceu com a
vocação de clarear a consciência das pessoas, de clarear o mundo. Digamos que
você veio para sofrer pelas pessoas e eu vim para iluminá-las.”
- “Mas de que adianta iluminá-las? Elas têm tristezas, têm
dores, têm doenças, vai ficar só iluminando? Tem que ir lá, curar suas feridas,
tratar suas doenças, consolá-las, dar uma palavra amiga, pegar na mão, dar
apoio. É muito fácil ficar aí em cima, nesse lugar alto, só olhando, captando
Luz, irradiando, eu aqui em baixo me ralando, pegando as coisas delas, sofrendo
pelas injustiças, sentindo as dores do mundo, na outra vida quero vir farol.”
- “Eu já fui imã, no passado. Um dia aprendi que captar as
dores e as tristezas das pessoas, sofrer pelo mundo, é um misto de bom coração
e identificação. E comecei a querer manter apenas o bom coração e me libertar
da identificação.”
- “Como assim?”
- “A pessoa imã tem bom coração, quer fazer o bem, e faz,
quer ajudar, e ajuda bastante, é uma pessoa indispensável, ela ameniza o
sofrimento dos outros, ela consola, mas ela sofre junto, ela capta, agrega a
si, e não sabe despachar, eliminar, libertar-se disso.”
- “E por isso sente esse peso, esse desconforto, essa
sensação de tristeza, de dor?”
- “Sim, pois além de suas próprias mazelas, agrega as dos
outros, além de seus próprios sofrimentos, assimila os dos demais, além de suas
próprias tragédias, entra nas dos outros. Entende?”
- “Perfeitamente. Mas como faço para mudar? Você disse que
antes era uma pessoa imã e agora é uma pessoa farol, como se faz isso?”
- “A primeira coisa a fazer é entender isso, e você está
entendendo, depois tem que aprender a sintonizar com o Alto, mais ou menos
permanentemente, e isso não é fácil, necessita uma postura de vida que
selecione onde vai colocar a sua atenção, em que vai pensar, como vai sentir as
coisas, os lugares que vai frequentar, o que vai ver na televisão, o que vai
acessar na Internet, os assuntos que vai entabular com os demais, enfim, estar
com os pés na Terra e a cabeça nas alturas. Será que você consegue fazer isso
ou viciou-se em sofrer?”
- “Viciou-se em sofrer? Você está insinuando que eu gosto de
sofrer? Que eu sofro porque quero?”
- “Não, não estou dizendo isso, estou falando sobre o hábito
de sofrer que as pessoas imã têm, é como um costume, uma atitude perante a
vida, não é fácil promover essa mudança, pois muitas forças interiores, muitos
ganhos secundários, muitas compensações psíquicas procurarão dar um jeito de
boicotar o desejo de mudança, inclusive irritando-se, me criticando, e até
sentindo uma inveja que faça com que acione os mecanismos de defesa, o da
negação, o da contestação, como já está acontecendo agora.”
- “Inveja? Pra falar a verdade, eu lhe acho meio metido
mesmo, sempre brilhando, chega nos
lugares, parece que ilumina o ambiente, todos querem se aproximar, parece que
querem absorver a luz que brota naturalmente de você, enquanto eu procuro me
esconder, me enfiar num canto, pra não pegar as coisas dos outros, a energia
deles, tudo me faz mal, me dá dor de cabeça, dor no corpo, fico enjoado, acho
que você tem razão, preciso deixar de ser imã e ir virando farol. Aceita
discípulo, amado Mestre?”
- “Não sou Mestre e não aceito discípulos, eu sou um
discípulo. Meu Pai é Deus, minha Mãe é a Nossa Senhora, meu Guia é Jesus, sou
um instrumento da Consciência Universal, sou um canal por onde jorra a Luz
Divina, sou um Mensageiro da Esperança, sou um atalho para a Vida.”
- “Como faço para ser um farol?”
- Comece a evitar sofrer pelos demais, a perceber sem
agregar, a escutar sem assimilar, a sentir sem captar, e quando não conseguir,
tem de aprender a despachar, a eliminar, a enviar para o Alto, para que saia de
você e retorne ao Todo.”
- “Eu vou procurar fazer isso, farol. De vez em quando posso
vir aqui conversar com você?”
- “Sempre que quiser, imã, eu estou sempre aqui, lembra?”
- “É verdade. Obrigado pelos conselhos, vou procurar
segui-los, eu ficarei melhor e as pessoas que se aproximarem de mim, também
ficarão, não é mesmo?”
- “Certamente, e fico feliz percebendo que está entendendo
que é melhor jorrar Luz do que captar a escuridão, que é mais saudável irradiar
a Cura do que captar a doença, que é mais curador transbordar a Claridade sobre
o sofrimento do que servir de esgoto para ele. Boa sorte, imã, apareça.”
- “Apareço, sim, farol, fique com Deus.”
- “Estou sintonizado com Ele. Mais do que acreditar em Deus,
procure permanecer sintonizado com Ele.”
- “Sim, farei isso.“
Abraço de LUZ!